Eleições
Diretor de agência de Natal é exonerado após denúncia de assédio eleitoral
18/10/2024 16h03
Foto: Reprodução / Google Street View
O diretor técnico da Agência Reguladora de Saneamento Básico de Natal (Arsban), Victor Diógenes, foi exonerado após ser acusado de assédio eleitoral. A denúncia, levada ao Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte (MPT-RN), partiu de um servidor que gravou uma reunião na qual o diretor teria ameaçado demitir comissionados e terceirizados que não votassem no candidato Paulinho Freire (União), apoiado pela gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos).
A gravação foi enviada ao MPT-RN, que já abriu investigação sobre o caso. No áudio, Diógenes teria afirmado que quem não seguisse a orientação política deveria pedir demissão. “Vai ter que colocar o cargo à disposição, porque, senão, vai sobrar para mim”, disse o ex-diretor, segundo o servidor denunciante.
A situação ganhou mais força quando o funcionário que fez a gravação foi demitido após o primeiro turno das eleições. Ele relatou que havia sido ameaçado diretamente por Diógenes para participar de eventos políticos do candidato apoiado por Álvaro Dias. A pressão teria se intensificado ao ponto de o servidor ser desligado em outubro.
Em nota, a Prefeitura de Natal informou que Victor Diógenes (que é cunhado do Prefeito Álvaro Dias) foi exonerado para que os fatos sejam devidamente apurados. A atual gestão afirma estar comprometida com o respeito ao posicionamento político individual dos servidores.
O Ministério Público do Trabalho do RN confirmou a abertura da investigação e solicitou documentação à Arsban para avançar no caso. O crime de assédio eleitoral, como caracterizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode resultar em até seis meses de detenção, além de multa.
Como denúnciar o Assédio Eleitoral
Para
denunciar casos de assédio eleitoral, os trabalhadores podem recorrer ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A denúncia pode ser feita diretamente no site do MPT, onde os detalhes são encaminhados para apuração. O assédio eleitoral ocorre quando há coação, intimidação ou manipulação associada a uma eleição, com o objetivo de influenciar o voto no ambiente de trabalho. O MPT também comunica a Procuradoria Regional Eleitoral e o Ministério Público Estadual para medidas complementares. Para mais informações, consulte o
site do MPT.