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PF investiga atentado a bomba como ato terrorista; veja tudo o que já sabemos do caso

14/11/2024 11h50

Por: Hiago Luis

PF investiga atentado a bomba como ato terrorista; veja tudo o que já sabemos do caso

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
 
Duas explosões ocorreram na noite da última quarta-feira (13) em Brasília, as ações que ocorreram em um carro localizado próximo à Câmara dos Deputados e em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). O suposto autor dos atos, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu no local da segunda explosão e teria bombas ligadas ao corpo. O caso é investigado como ato terrorista, segundo informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
 
Sancionada em março de 2016, a LEI Nº 13.260, trata como ato terrorista a "prática por um ou mais indivíduos" de ato que vise "usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa".
 
A lei também tipifica terrorismo como um ato ocorrido "por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública". 
 
Entenda como os atos ocorreram 
 
Por volta das 19h30, a primeira explosão ocorreu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, onde um carro carregado com explosivos detonou. A segunda explosão, poucos segundos depois, ocorreu em frente ao STF, matando Wanderley, dono do veículo usado no ataque. Segundo a Polícia Federal, artefatos explosivos semelhantes foram encontrados na residência alugada por ele em Ceilândia, a 30 km do local dos ataques.
 
Créditos: Reprodução
 
Wanderley chegou a tentar entrar no prédio do STF antes da explosão, jogando um explosivo embaixo da marquise do prédio e mostrando que carregava dispositivos explosivos presos ao corpo. As câmeras do STF chegaram a captar o momento em que o homem aciona o dispositivo que o vitimou. 
 
Quem foi Francisco Wanderley Luiz
 
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França", era natural de Rio do Sul, Santa Catarina. Filiado ao Partido Liberal (PL), ele já havia concorrido a vereador em 2020, mas não se elegeu, alcançando apenas 78 votos. No imóvel alugado nos últimos quatro meses pelo autor dos ataques, foram encontradas evidências que indicam o planejamento do atentado, incluindo artefatos explosivos semelhantes aos usados ​​no ataque.
 
Créditos: Reprodução 
 
De acordo com informações fornecidas pela ex-mulher de Wanderley, o autor do atentado desta última quarta-feira, também esteve em Brasília durante o início de 2023, época em que ocorreram os ataques terroristas do 8 de janeiro. Ainda não há a confirmação oficial se ela participou dos atos contra os três poderes nesta data. 
 
Ainda de acordo com informações fornecidas pela sua ex-companheira, o Ministro do STF, Alexandre de Moraes era o principal alvo do terrorista. Em mensagem publicada por Wanderley em uma rede social, ele citava nomes de jornalista e políticos que seriam seus alvos. 
 
“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS nojentos”, escreveu.
 
Atentado a bomba em Brasília: Caso George Washington e Alan Diego dos Santos - Dezembro de 2022
 
O atentado de ontem não foi o único realizado em Brasília nos últimos anos. Em um dos casos mais emblemáticos da história recente, o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa foi detido após confessar que havia preparado um explosivo, que seria detonado próximo ao Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2024.
 
Créditos: Reprodução / Agência Senado
 
A tentativa de ataque, que tinha motivações políticas, foi desmantelada antes que causasse qualquer dano. George Washington, junto com Alan Diego dos Santos Rodrigues, foi posteriormente condenado e permanece preso.
 
Investigações e desdobramentos
 
Atualmente, a Polícia Federal está liderando a investigação do atentado, utilizando técnicas avançadas, incluindo a proteção digital da cena do crime. A Polícia Civil de Brasília também abriu um inquérito paralelo. Até o momento, não se sabe se Wanderley agiu sozinho ou se teve cúmplices, e as motivações exatas ainda não foram esclarecidas. A PF anunciou que fornecerá mais informações em uma entrevista coletiva agendada para amanhã desta quinta-feira (14).
 

Autor: Hiago Luis