Wellington Duarte
Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels
29/01/2025 08h03
A Inteligência Artificial e a Grande Praga da Ignorância
O filme “Häxan – Feitiçaria Através dos Tempos”, uma produção sueco-dinamarquesa, lançado em 1922, portanto a 103 anos atrás, no mesmo ano de “Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror”, do expressionista alemão F. W. Murneau, é bem menos conhecido e famoso do que este, mas é também trás sua dose de perturbação.
“Häxan”, bruxa em dinamarquês, é um estudo de como a superstição e o desentendimento de doenças ou doença mental poderiam levar para a histeria das caças às bruxas, mas sua montagem, feita pelo diretor Benjamin Christensen, tornou o documentário, recheado de cenas perturbadoras e que nos força a ver como a religião encarava a loucura na Idade Média.
Interessante ver como hoje, um mundo em que vemos o confronto titânico entre a Meta AI, de Mark Zuckerberg, e a chinesa DeepSeek, da Huan Fang. As bolsas do mundo todo balançaram com a DeepSeek ontem. É só o que se fala.
E o que tem a ver essa batalha titânica com “Häxan”? Vejamos. Meta AI e DeepSeek são tão estranhas aos “cidadãos comuns” como os deuses e demônios dos tempos passados, sendo que no caso da Meta AI e provavelmente agora, da DeepSeek, estarão presentes na vida das pessoas, através dos seus celulares, dando informações e “passando conhecimentos”, que, em boa medida dispensa a “educação formal”.
As bruxas e demônios também estão presentes na vida de bilhões de pessoas, através das religiões, as grandes responsáveis por grande parte da violência gerada no mundo. Redenção e maldição. Pastores, padres e clérigos, são uma espécie de IA, que estão na vida das pessoas, regrando suas vidas e induzindo as mesmas a se posicionarem politicamente.
Google, Meta, Instagram, “X” não estão nas nossas vidas, às vezes de forma concreta, às vezes como substância fantasmagórica? O que seriam os “coachs” senão uma espécies de sacerdotes do comércio que nos dão “soluções” tão reais quanto uma nuvem, sobre o nosso dia a dia.
Seriam essas inovações tecnológicas tão presentes nas nossas vidas, tão importantes, tão necessárias, que estariam se tornando tão poderosas quanto os antigos deuses e a sua contrapartida, os demônios?
Os surtos religiosos e a ascensão de novos demônios como Trump, o Boca Podre, Milei et caterva, não seriam o prenúncio desse “nova era” em que as máquinas, os novos deuses, injetam, tal como antes, a IGNORÂNCIA como uma forma perfeita de dominação?
A Revolução Tecnológica seria a porta para uma humanidade mais “humana” ou, estando a serviço do Capital, uma nova forma de embrutecimento humano, a ponto de voltarmos a acreditar que uma vacina nos transforma em jacaré, que a terra é plana e que o melhor mesmo é não ter Educação nenhuma.
Intelligentia muta.
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