Dados publicados pela Revista Femina em outubro de 2024 revelam que as mulheres são afetadas pelas disfunções tireoidianas de cinco a 20 vezes mais do que os homens, o que representa um desafio significativo para a saúde feminina em todas as fases da vida. Além de regular o metabolismo, a glândula tireoide desempenha um papel essencial no funcionamento de todos os sistemas do organismo. Para esse público, as disfunções vão além das questões metabólicas e agem no bem-estar físico, mental e emocional.

De acordo com Robinson Dias, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn), a prevenção é o primeiro passo. "Na mulher, as disfunções tireoidianas assumem um importante impacto em aspectos como o desenvolvimento físico, a fertilidade, a evolução da gravidez e a saúde mental e cardiovascular, afetando-as desde a infância até o envelhecimento, muitas vezes de forma silenciosa. Isso torna fundamental a conscientização sobre os sintomas e a prevenção, com a realização de exames regulares", destaca o especialista.

Impactos ao longo da vida

As disfunções podem afetar a saúde das mulheres ao longo de diferentes fases da vida. Na infância, o hipotireoidismo congênito, quando não tratado, compromete o desenvolvimento físico e neuropsicomotor. Já na adolescência, alterações hormonais provocadas pela tireoide podem resultar em irregularidades menstruais, puberdade precoce ou tardia e até dificuldades escolares.

Durante a idade reprodutiva, condições como hipotireoidismo e hipertireoidismo interferem na fertilidade e aumentam os riscos de complicações gestacionais, incluindo abortos, partos prematuros e bebês com baixo peso ao nascer. No climatério e na menopausa, os sintomas tireoidianos podem se confundir com as mudanças hormonais naturais do envelhecimento, impactando a saúde cardiovascular, a densidade óssea e a qualidade de vida das mulheres.

O especialista alerta a prevenção como maior aliado das mulheres contra essa condição. "Com exames simples, como a dosagem do TSH, é possível diagnosticar precocemente as disfunções tireoidianas. O tratamento adequado pode transformar a qualidade de vida das pacientes", finaliza Robinson Dias.