Daniel Costa

Advogado. Assessor no Tribunal de Contas. Doutor e mestre em ciências sociais pela UFRN.

20/11/2022 12h12

Vai começar

A Copa do Mundo vai começar. No próximo dia 20, Qatar e Equador disputam a partida inaugural. Nesse arranca-toco que se inicia, a boa notícia é que o time do Brasil melhorou pra valer.

 Se em meados de 2021 a seleção estava embolada com Inglaterra, Portugal e Itália no segundo escalão dos preferidos, atrás da poderosa seleção francesa que navegava soberana, agora o escrete canarinho está disputando cabeça a cabeça o favoritismo com a França.

A equipe do Brasil encontrou uma maneira eficiente de jogar pelas pontas, depois que alguns dos seus jovens atacantes subiram de nível na última temporada. Antony, Rafinha e Vinícius Júnior melhoraram o ataque da seleção. Gabriel Jesus, Rodrygo, Martinelli e Pedro têm feito sucesso em seus clubes. Neymar é o craque do time e parece estar jogando o fino da bola. Paquetá, armador habilidoso, compõe bem a faixa central do campo, e a defesa com Thiago Silva, Marquinhos, Casemiro e Alisson mostra a segurança de um carro-forte. O ponto fraco fica na conta dos laterais. Danilo e Alex Sandro, jogadores da Juventus da Itália, são burocráticos como funcionários públicos. Daniel Alves, quase um quarentão, está sem clube, e Alex Telles nem sempre é o lateral titular do Sevilla, um time mediano da Espanha.

Se o Brasil melhorou, a França não conseguiu manter a superioridade absoluta, muito em razão das contusões de vários dos seus jogadores. Pogba e Kanté, dois meio-campistas de alto quilate, são insubstituíveis e estão fora da Copa. Mesmo assim, os franceses se mantêm na ponta da corrida, agora na companhia do Brasil, já que detêm a dupla de ataque mais cascuda do Mundial, com Mbappé e Benzema.

A Itália, atual campeã europeia, surpreendentemente ficou de fora do torneio depois de perder para a Suíça nas eliminatórias. Para ocupar o seu lugar, no segundo escalão dos favoritos, entrou a Argentina. Além de Messi estar jogando de paletó e gravata, a conquista da Copa América devolveu ao selecionado albiceleste um grau de confiança que há tempos não se via. E o seu técnico Lionel Scaloni encontrou uma forma consistente de fazer o time competir em alto nível.

Com bons jogadores em todas as posições, a Inglaterra permanece no encalço dos principais candidatos ao título. Esqueçam dos arcaicos selecionados ingleses formados por brucutus que se garantiam nas bolas aéreas. Ninguém pode desprezar atacantes do calibre de Phil Foden, Kane, Saka e Sterling. Portugal também continua com um conjunto de primeira. A maioria dos seus atletas joga nos principais times da Europa. E se Cristiano Ronaldo, com seus 38 anos, não tem mais o mesmo brilho, Rafael Leão, Bruno Fernandes, Bernardo Silva e João Cancelo têm poder de fogo para levar a Seleção das Quintas bem longe.

Já Espanha, Holanda e Alemanha contam com fortes esquadras, mas por sofrerem com a falta de poder ofensivo são  como leões desdentados. Em uma Copa do Mundo recheada de equipes de níveis que se assemelham, em que Bélgica, Dinamarca, Croácia, Servia e Uruguai, podem causar estragos, a falta de atacantes será sentida.

Mas como no futebol, assim como na vida, a única certeza é a ausência de certeza, é preciso esperar a bola rolar para saber o que de fato acontecerá.

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