Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

22/01/2025 09h36
O circo nazifascista e o “conservadorismo potiguar”
 
O governador do mais rico estado do Brasil, São Paulo, eleito em segundo turno, nas eleições de 2022, com mais de 13 milhões de votos, 55,3% dos votos válidos, o carioca Tarcísio de Freitas, não teve nenhum pudor ao colocar um boné saudando a posse do candidato a nazista, Donald Trump. Lá, 14 (ou 21?) deputados federais, liderados pelo filho do Boca Podre, Eduardo Bolsonaro, foram animar a mórbida cerimônia, que teve requintes de evento copiados das cerimônias da Alemanha decadente de Weimar. 
 
Entre eles estava o paraibano Evandro Gonçalves da Silva Junior, eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte, em 2022, com mais de 56 mil votos, com a alcunha de “Sargento Gonçalves”, que se apresenta como “representante do conservadorismo potiguar”. Essa Nau Catarineta estrambólica ficou do lado de fora da festa, colocada no lugar que realmente é: a soleira da porta dos fascistas norte-americanos.
 
Trump assume seu segundo mandato como uma condenação de uma sociedade há muito tempo adoecida, cuja riqueza veio da sua política expansionista e colonialista, cuja diplomacia pode bem ser vista nas milhões de mortes espalhadas nos quatro cantos do mundo. Os Estados Unidos da América (nome oficial do país), que sempre foi apresentado como “modelo de democracia”, nunca foi um exemplo a ser seguido. Sociedade desigual, racista, com crenças religiosas fundamentalistas, o que lhe deu esse “selo de democracia” é o propalado discurso da “liberdade”.
 
Eu sempre me perguntei o que faz com que pessoas acreditem que os EUA são um país democrático. Não tem eleições livres; a imprensa é oligopolizada; a sociedade é violenta e esquizofrênica; é uma sociedade desigual. Talvez o fato, mentiroso, de que lá você supostamente teria a liberdade de se expressar do jeito que quiser. Na verdade, pode, desde que não “incomode” o status quo. É uma “liberdade vigiada”, digamos.
 
Mas o “conservador” Gonçalves esteve lá. Usando um bigode que lembra o Village People dos anos 70, postou fotos de suas andanças pelas terras do “Tio Sam” e, repetindo as palavras dos nazifascistas tupiniquins, que idolatram Trump, saudou o momento como “(...) um momento histórico não apenas para os americanos, mas é histórico também para todo o mundo e para o Brasil, especialmente em um momento onde a nossa liberdade tem sido atacada, infelizmente por aqueles que deveriam proteger”, evidenciando sua ignorância no que diz respeito ao conceito de liberdade.
 
Balbuciando a mesma ladainha “libertária”, o “sargento” Gonçalves tomou para sí a representação de todos os conservadores potiguares, como se os verdadeiros conservadores quisessem, e o “vira-latismo” do deputado federal foi coroado não com um beijo na mão de Trump, mas num fila congelante em que ficou, junto com os ogros que o acompanharam, para assistir a cerimônia num ginásio em que foram colocados os apoiadores de Trump, ou seja, viajou 6.568 km para mostrar até onde pode chegar a decadência de uma democracia, no caso a brasileira : a soleira da porta dos seus “donos do norte”.
 

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