Evandro Borges
Advogado e especialista em gestão pública.
As semanas pedagógicas e o IDEB nos Municípios
A maioria dos Municípios já realizaram suas semanas pedagógicas com excelente acolhida dos profissionais do magistério, com uma participação ativa, aulas magnas, muitos questionamentos e reflexões, pautaram o interesse das comunidades escolares, dos gestores públicos, e acompanhado pelos pais e a sociedade em geral no interesse pelos debates, das novidades, inovações e parcerias.
No meu ofício, acompanho de perto algumas das semanas pedagógicas e recebi a notícia de tantas outras, sempre constatei o entusiasmo dos profissionais do magistério da retomada das aulas, com a preparação das escolas, a modalidade em tempo integral, mas, acima de tudo o aprendizado dos educandos e os índices do IDEB, principalmente em relação aos recursos do VAAR que revela uma qualidade do ensino/aprendizagem.
O IDEB – Índice de Educação Básica foi instituído pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, no ano de 2007, com o fim de apurar a qualidade do aprendizado baseado nos índices de aprovação escolar dos educandos associados com provas de português e matemática realizadas pelos estudantes a cada dois anos, promovidas nacionalmente, inicialmente com a finalidade de chegar a nota 6 já em 2022, entre zero e dez, atingindo os índices satisfatórios dos países desenvolvidos.
Em 2022 ocorreu a situação mais difícil da covid 19 com o recolhimento das pessoas as suas casas, com a diminuição da jornada de trabalho, e no Brasil com uma crise piorada provocado por um negacionismo, em um cenário que levou a morte de meio milhão de pessoas, com reflexos na educação, com a paralização das aulas, com aulas remotas, trabalho “on line” que refletiu nos índices de aprendizagem, principalmente em comunidades com mais vulnerabilidades.
Nos Municípios de menor porte e encravados no bioma da caatinga com poucos recursos e muitas vulnerabilidades, atingir o índice do IDEB satisfatório com muitas escolas ainda seriadas é um desafio complexo, que exige uma boa execução das políticas transversais da educação, sendo duas delas fundamentais, alimentação escolar de boa qualidade com acompanhamento nutricional e transporte escolar adequado.
As políticas transversais têm melhorado em muito, precisando em muitas localidades de conselhos municipais de educação, do fundeb e da alimentação escolar ativos, participativos e em muitos casos protagonistas. Que sejam de fato indutoras de boas práticas, para obtenção de resultados, que são manifestados no IDEB, e no segundo condicionante do VAAR do fundeb de maneira positiva.
A situação pela insatisfação dos índices do IDEB que não são satisfatórios, não adianta querer culpar os profissionais do magistério, principalmente os professores de português e de matemática, componentes disciplinares que são avaliadas nas provas, se o Município não tem uma política permanente de capacitação dos profissionais do magistério e da educação sistematizada, clara, duradoura e transparentes.
A educação contínua um desafio complexo para atualidade e para o desenvolvimento com sustentabilidade, que precisa ser conduzida por muitas mãos, trabalhadas por todos, propriamente do que se diz respeito a governança, que exige uma interação no caso da educação, entre os agentes políticos, gestores das escolas, sociedade civil, conselhos de políticas e escolares, e dos profissionais do magistério.
*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).
