15/06/2023 12h46
O Potycast desta quinta-feira (15) entrevistou a médica Ginecologista e Nutróloga, Socorro Moraes, para tratar sobre a violência e violações contra a pessoa idosa. A especialista em envelhecimento, que possui longa história de serviços de saúde prestados às mulheres parnamirinenses, falou sobre sua atuação à frente da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas Idosas e chamou atenção para as violações dos direitos da pessoa idosa praticadas muitas vezes pelo próprio governo, e que atingem principalmente as mulheres que sofrem pela falta de assistência e acolhimento à saúde durante a menopausa.
A entrevistada fez questão de enfatizar o descaso do poder público em criar e implementar políticas públicas que atendam às necessidades da pessoa idosa.
De acordo com dados do Disque 100, mais de 35 mil denúncias de violações de direitos humanos contra pessoas idosas foram registradas no Brasil, de 1º de janeiro a 2 de junho, pelo Disque Direitos Humanos.
O podcast tratou também sobre a violência contra idosos praticada por familiares e Dra. Socorro relatou que são altos os índices deste tipo de violação e citou o caso de uma ex-colega médica, acometida de demência, que era mantida em cárcere privado pelos próprios filhos.
“É lamentável ver um dado desse tão alarmante, praticado por quem deveria acolher a cuidar da pessoa idosa”, ressaltou.
A pauta do feminicídio também foi abordada durante a entrevista, uma vez que o crime atinge também a população idosa e, sobre este assunto um questionamento veio à tona: "Qual seria a raiz da violência contra a mulher?", questiona a especialista.
A médica complementa alertando que é preciso estudar com profundidade e elaborar ações que possam explicar essa problemática.
Diferentes práticas de violências
Dra. Socorro esclareceu sobre as diferentes modalidades de violência contra o idoso, desde agressão física ao abandono, e reforçou a problemática da falta de políticas públicas para assistir a pessoa idosa.
Durante o bate-papo, o caso da universitária de cerca de 43 anos que foi ridicularizada nas redes sociais por colegas de faculdade veio à tona como exemplo de etarismo e violação de direitos motivada pelo preconceito relativo à idade.
Por fim, a médica fez apelo para que o tema do envelhecimento faça parte da educação de base no Brasil.
Fonte: Da Redação do PN, Andrea Fortuna (Com supervisão de Marclene Oliveira)