Mestranda em Análise Ambiental Integrada do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo, foi coautora do capítulo 2 “O Impacto Ambiental durante a pandemia da COVID-19: Relação entre a poluição atmosférica e o isolamento social Brasil” do livro “Análise Ambiental Integrada em contextos de pandemia o velho e o novo normal: aprendizados e reflexões sobre impactos socioambientais da covid-19”, publicado em janeiro de 2023.
O planeta vive um caos climático e no intuito de minimizar os impactos ambientais gerados pelas atividades humanas, alternativas vem sendo tomadas. De um lado, o desafio com os resíduos sólidos e a meta do lixão zero; do outro lado, redução na emissão de gases de efeito estufa.
O lixão zero é uma estratégia nacional do governo brasileiro que visa eliminar os lixões a céu aberto e promover a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, conforme apresenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).
Os principais objetivos do lixão zero são eliminar os lixões (locais onde os resíduos são depositados de maneira irregular, sem tratamento e sem controle ambiental); estimular a coleta seletiva por meio da reciclagem e compostagem; promover a valorização dos resíduos (utilizando-os como energia, adubo e matéria-prima para outros processos produtivos); fortalecer a economia circular e a geração de empregos através da inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis e cooperativas; além de apoiar os municípios na transição para aterros sanitários licenciados.
Mas, onde entra o biometano nessa história?
O biometano é um gás combustível renovável obtido a partir da purificação do biogás, que por sua vez é gerado pela decomposição de matéria orgânica (como resíduos agrícolas e orgânicos, esgoto, dejetos de animais, dentre outros) em ambientes sem oxigênio, através de um processo chamado digestão anaeróbia. E que após purificado por meio de processos de separação física/química dos gases gerados na decomposição, resulta no biometano.
Diante disso, surge a oportunidade de utilização desse gás como alternativa de energia limpa.
E muitas empresas vem adotando essa prática; esse ano por exemplo, a Natura divulgou sua parceria com a Ultragaz para ampliar a substituição de combustíveis fósseis pelo gás biometano. A parceria envolve a construção de uma central de armazenagem e distribuição do gás para abastecer caldeiras e frotas de caminhões de transporte de cargas na sua fábrica de cosméticos e fragrâncias, localizada em Cajamar, São Paulo. A iniciativa reduzirá em 20% as emissões de CO2 (aproximadamente 1.238 toneladas de CO2/ano) do complexo industrial.
Os resíduos resultado das operações da empresa serão transformados em energia sustentável, promovendo, assim, a economia circular.
Referências:
BIOGÁS E ENERGIA. Natura se une à Ultragaz para ampliar uso de gás biometano. 2024. Disponível em: https://biogaseenergia.com.br/natura-se-une-a-ultragaz-para-ampliar-uso-de-gas-biometano. Acesso em: 6 abr. 2025.
ESTRADÃO. Natura forma parceria com a Ultragaz para abastecer frota com biometano. 2024. Disponível em: https://estradao.estadao.com.br/caminhoes/natura-forma-parceria-com-a-ultragaz-para-abastecer-frota-com-biometano/. Acesso em: 6 abr. 2025.
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