Mestranda em Análise Ambiental Integrada do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo, foi coautora do capítulo 2 “O Impacto Ambiental durante a pandemia da COVID-19: Relação entre a poluição atmosférica e o isolamento social Brasil” do livro “Análise Ambiental Integrada em contextos de pandemia o velho e o novo normal: aprendizados e reflexões sobre impactos socioambientais da covid-19”, publicado em janeiro de 2023.
Os desafios da transição energética
É bem verdade que estamos na era da tecnologia e ciência e, em contrapartida, temos enfrentado os efeitos de nossas atividades econômicas.
O mundo vem enfrentando desastres climáticos diversos, como o presenciado, nas últimas semanas, no Estado do Rio Grande do Sul, e a seca extrema ano passado no Amazonas.
Apesar de as notícias serem recentes, desde 2015 a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) definiu 17 objetivos mundiais para que todas as questões da humanidade fossem contempladas, incluindo a crise climática, representada pelo objetivo 13 (Ação contra a mudança global do clima).
Uma das soluções que tem sido adotada é a chamada transição energética (substituição de fontes carbonosas para fontes não carbonosas). Aparentemente, um cenário perfeito, mas a transição energética vem sendo alvo de estudos que levantam preocupações quanto ao fornecimento do metal cobre (mineral essencial para a geração, distribuição e armazenamento da eletricidade): há algumas evidências de que sua oferta atual não será suficiente para satisfazer as demandas dessa mudança.
Um dos estudos foi publicado recentemente pelo professor Adam C. Simon, da Universidade de Michigan: dentre várias previsões apresentadas, se em 30 anos o mundo atingir o net zero em emissões (ou seja, quantidade de gases de efeito estufa emitida igual a quantidade removida da atmosfera) através da eletrificação, será necessário que seis novas minas do porte de El Teniente, a maior mina de cobre do mundo, localizada no Chile, sejam descobertas e entrem em produção anualmente por 30 anos! Para isso, seriam necessárias 200 novas minas de porte mundial para atender à demanda prevista, cerca de 115% mais cobre do que o que foi extraído historicamente até agora.
O professor ainda sugere fazer a transição para veículos híbridos, que demanda menos cobre e o impacto climático é mais ou menos o mesmo de um veículo elétrico a bateria.
Em março deste ano, uma indústria automobilística virou notícia após bater recorde na venda de veículos híbridos e 100% elétricos, o que pode indicar a tendência futura. Cabe, então, nos perguntarmos acerca das possíveis fontes de obtenção do cobre no futuro, o que certamente nos levará a concluir que a reciclagem dos metais importantes à transição energética deverá ser mandatória dentre as principais atividades humanas daqui em diante.
REFERÊNCIAS:BRASIL MINERAL. Transição energética. O mundo precisaria de 200 novas grandes minas de cobre nos próximos 30 anos. Disponível em:
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