06/06/2024 14h12
Por: Hiago LuisEm depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, negou as acusações feitas pelo empresário John Textor, sócio majoritário do Botafogo, sobre um suposto favorecimento ao clube paulista por parte dos árbitros do Campeonato Brasileiro. Durante a sessão desta quarta-feira (05), Leila também defendeu o uso do VAR (Video Assistant Referee) e pediu punições mais severas para aqueles envolvidos em manipulação de resultados esportivos.
Atendendo a requerimento do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), a presidente do Palmeiras falou sobre as acusações de Textor, que incluíam o “suposto favoricimento do Palmeiras por parte da arbitragem do Campeonato Brasileiro. Entre os lances apontados pelo mandatário do Botafogo como “supostamente manipulado”, estão estão decisões de arbitragem em lances que envolveram o uso do VAR.
Questionada sobre o tema, Leila Pereira foi enfática em refutar as alegações, afirmando que o Campeonato Brasileiro é altamente competitivo e atribuiu os resultados negativos do Botafogo à "incapacidade" de Textor de gerir o time. Além disso, ela desafiou o “dono do clube carioca” a apresentar provas concretas para embasar suas denúncias, sugerindo que, na falta delas, ele deveria ser banido do futebol brasileiro.
"Não posso deixar um estrangeiro vir aqui para o Brasil e, porque perdeu um título (…), desqualificar esse título muito importante do Palmeiras. Minhas observações são com relação à atitude do John Textor, não do Botafogo. (…) As atitudes dele são um grande mal para o futebol brasileiro", afirmou Leila.
Respondendo ao senador Carlos Portinho (PL-RJ), a presidente do Palmeiras destacou que a virada de 4 a 3 sobre o Botafogo, questionada por Textor, foi uma ocorrência normal no futebol. Ela mencionou que na ocasião havia denúncias de manipulação de jogos que não tinham sido comprovadas. Pereira assegurou que, caso tivesse conhecimento de irregularidades no clube, teria denunciado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Leila Pereira também defendeu punições rigorosas para aqueles envolvidos na manipulação de jogos, em resposta ao senador Romário (PL-RJ), relator da CPI. Ela acredita que a impunidade estimula novos crimes.
"Sem punição, não vamos chegar a lugar absolutamente nenhum. A impunidade é a semente do próximo crime. (…) Não adianta advertência, não adianta uma carta. Se você participar desses esquemas que prejudicam a credibilidade, prejudicam o resultado, prejudicam o trabalho sério de outros clubes, você vai ser banido do futebol", enfatizou.
O senador Jorge Kajuru sugeriu que os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro se reúnam urgentemente na CBF para exigir que John Textor apresente provas de suas acusações. Kajuru expressou preocupação com a credibilidade das alegações repetidas sem evidências.
Durante a sessão, Carlos Portinho mencionou a notificação do Corinthians pela empresa de apostas Vai de Bet, que acusou o clube de violar uma cláusula contratual anticorrupção. Ele perguntou a Pereira se o Palmeiras ou seus atletas têm contratos semelhantes. A presidente do Palmeiras explicou que o código de ética do clube proíbe os jogadores de apostar e que o clube se esforça para educar e conscientizar os atletas sobre a gravidade da manipulação de resultados.
"Desde meninos, nós já temos essa preocupação. Os atletas assinam o código de ética e têm que seguir também o que está em contrato", afirmou Pereira.
Portinho também criticou a falta de agilidade do Ministério Público na resposta a denúncias de manipulação de resultados e sugeriu um acordo de cooperação com a CBF para acelerar as investigações.
"É preciso que a CBF tenha uma representatividade junto ao Ministério Público, num acordo de cooperação, para que isso avance; porque, em manipulação de resultado, o bote tem que ser rápido, senão contamina diversos campeonatos", disse Portinho. Pereira concordou, destacando a necessidade de provas robustas para que o Ministério Público possa atuar.
Sobre a arbitragem, Romário citou as críticas de Textor ao VAR, alegando que a ferramenta prejudicou o Botafogo em pelo menos uma ocasião. Leila Pereira, no entanto, expressou confiança no VAR, apesar de reconhecer erros, como um ocorrido na Copa do Brasil de 2022 que prejudicou o próprio Palmeiras.
"Acredito que existem erros, que as pessoas precisam ser mais capacitadas, e acredito que a CBF e o diretor de arbitragem estão trabalhando para melhorar cada vez mais a nossa arbitragem", esclareceu a mandatária do Palmeiras, que ainda negou qualquer suspeita de manipulação ou erros intencionais dos árbitros contra o clube que representa.
Fonte: Com informações de Agência Senado
Autor: Hiago Luis