Emanuela Sousa

04/07/2021 00h47
 
"Aos 30 o afeto é revolucionário"
 
 
Foi a frase que me pegou de surpresa ainda essa semana, enquanto eu perambulava entre os corredores de uma livraria do centro da cidade. 
 
Por se tratar do nome de uma marca questionei se era apenas um marketing ou um fato inconsistente que passou despercebido. Fui atrás de pesquisas que me tirassem essa dúvida. Porque os 30 anos seria a idade revolucionária? 
 
E bem, voltando para casa, pensei em algumas suposições: talvez por que quando chegamos nessa idade estamos mais maduros, certos do que queremos. Talvez porque quando estamos chegando perto dos 30 naturalmente ficamos mais seletivos -- particularmente estou assim, no quesito amizades e amores, escolhemos com cautela para quem vamos fazer nosso ato de entrega. Nosso ciclo de amizades fica menor,  com qualidade, e assim fica mais confiável a troca de afetos para ambos.
 
Também levei em consideração que muitos dizem que 30 é "a idade do sucesso". E chegada essa idade vamos fazendo algumas mudanças em nossas vidas, internas e externas, mudamos algumas prioridades, fazemos ajustes que não faríamos isso quando tínhamos dezoito ou vinte pela imaturidade contida, enfim, se pararmos para pensar tudo está ligado ao revolucionário. 
 
Entretanto penso que, não precisamos chegar à  essa idade para fazermos revolução, quem dirá com nossos amores e amizades de longas datas. 
 
Já é revolucionário ter laços afetivos em tempos como este de cólera. Mas eu falo amar mesmo, de verdade, sem esperar nada em troca. Quando sabemos que o outro precisa de colo na hora que a fragilidade se revela, mas não virarmos as costas. Quando o outro não tem mais nada a oferecer além de amor, esgotaram os recursos, as riquezas, o luxo, perdeu -se no percurso da vida e esticamos a paciência, ampliamos a compaixão e oferecemos do melhor vinho, da melhor comida, da compreensão. 
 
Amar é um ato revolucionário por si.  Não precisa de idade específica para acontecer, cor ou gênero. Quando oferecemos tudo de melhor que temos para o outro, 30 acaba sendo só um número.
 
Se você, que é meu leitor têm ou está chegando nessa idade, não espere por mudanças. Faça você mesmo. 
 
Revolucione.
 

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).