Wellington Duarte

09/07/2022 00h00
 
A Peleja da Civilização contra a Barbárie Bolsonarista
 
Se uma pessoa que viveu nos anos 90 fosse para o espaço e retornasse esse ano, provavelmente teria um choque. A promessa de um novo “século das luzes”, prometido pelos grandes países capitalistas, em que a tecnologia faria com que nós, humanoides, evoluíssemos, tendo como consequência um novo mundo, pautado pela educação civilizada e pela aceitação das diferenças, a tal diversidade.
 
Para horror desse viajante planetário, o mundo transformou-se num imenso campo de refugiados; a Europa regride, a olhos vistos, tanto na questão civilizatória, com a ascensão do racismo nazista; com a guerra, nesse decrépito “velho mundo”, que tende a criar uma nova e delirante “cortina de ferro”; com as desigualdades sociais aumentando vertiginosamente, atingindo durante as massas populacionais da, ainda, pobre África, mas também chegando às ruelas do país mais rico do mundo, os EUA; com a fome campeando e deixando a mostra uma civilização que regride.
 
Um dos casos mais exemplares é o do BraZil, que hoje tem 33 milhões de pessoas passando fome, o que deixaria qualquer governante enrubescido de vergonha, mas isso seria exigir demais de um sujeito que achincalhou com a presidência da república. Hoje este país chama a atenção do mundo por ter se tornado um esgoto da civilização. Perdemos o rumo. Estamos numa espécie de redoma sombria, cercado por toda espécie de gente tosca, deseducada, estúpida, cruel, misógina, homofóbica, bruta, canalha, que de repente surgiu nas nossas vidas, como se tivessem saído das entranhas da terra.
 
Assumindo que temos, de acordo com as diversas pesquisas eleitorais, 30% a 35% de pessoas que pretendem votar nesse Mandrião Bufão, então podemos imaginar que esse país está efetivamente adoecido. Assumindo que teremos boa parte de deputados e senadores que, mesmo com a derrota eleitoral desse elemento, estarão comprometidos com esse linha de pensamento torpe e vil, estamos realmente adoecidos.
 
Na nossa família, verdadeiros monstrengos reacionários convivem conosco. Estavam enjaulados, presos nos cárceres da civilização, mas o reacionarismo os libertou. São pessoas que estão ao nosso lado, mas exalam o fétido odor do recalque e do ódio ao pobre. Nas escolas, ambientes de trabalho, igrejas, lugares de diversão, esses homúnculos fazem questão de exibir sua ignorância, se jactam dela na verdade. A ignorância se tornou um fato positivo dentro dessa sociedade capturada pela imbecilidade.
 
A horda que chegou ao poder, em janeiro de 2019, no rastro de um golpe que destruiu as relações republicanas, adorou se apoderar do Estado. Fez dele seu espaço de enriquecimento, de glorificação da maldade, da implementação do “modo de governar não governando”. Virou uma esculhambação.
 
Todas as instituições estão afetadas. Sem exceção. O aparelho burocrático está sendo, hoje, gerido por incapazes, ladrões, milicianos e pervertidos. É uma apropriação do espaço estatal por pessoas desqualificadas e que atuam como “batedores de carteira”, ou seja, são tão chucros, que roubam nas barbas da Polícia Federal, que ninguém sabe o que é hoje em dia.
 
A reversão dessa hecatombe começa pela derrota do “duce de hospício”, mas terá um longo caminho pela frente. O que foi feito em seis anos, levará, com muito trabalho, uma década para ser refeito e, infelizmente, acredito que só a próxima geração terá esse país de volta.
 
É necessário um novo “choque civilizacional” e essa turba deverá ser enquadrada. Deverá ser reeducada ou encarcerada. Não devemos mais descuidar dessa malta. São perigosos e ameaçadores.
 
Ou fazemos isso ou não veremos país nenhum.

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