Evandro Borges

09/02/2024 09h56

 

Chegando mais um bom carnaval

 

O saudoso arcebispo de Olinda/Recife, Dom Helder Câmara, referência espiritual de toda uma geração dizia “o povo tem direito de pular o carnaval”. O carnaval está transformado não é mais o que foi introduzido historicamente no período colonial ou da época do Reino Unido denominado de “entrudo”. É na verdade uma grande festa, que mobiliza investimentos na ordem de milhões e a esmagadora maioria dos recursos de natureza pública, precisando ser democrática e plural, conforme as origens brasileiras.

Os investimentos que as municipalidades realizam, consolidando o segmento do turismo, lazer, diversão, convivência humana, cultura, autoestima na população e na cidadania deve oportunizar a toda população a participação e as especificidades de alguns Municípios, deveriam também, disponibilizar os meios de mobilidade para a população mais vulnerável, com a finalidade de assegurar a inclusão.

O carnaval de Natal com tantos polos, agora revitalizado, embora precisando de consolidação, garante a pluralidade, participação e inclusão, como acontece com outros polos brasileiros, marcadamente, Salvador e Olinda/Recife, com blocos que arrastam multidões de mais de um milhão de pessoas, como é o exemplo do Galo da Madrugada em Recife/PE, com muita alegria, criatividade, cultura e lazer.

Na programação do carnaval de Natal está divulgado uma ampla participação de artistas de renome nacional e do Rio Grande do Norte, com todas as suas especialidades, podendo pontuar alguns detalhes, a abertura acontecendo na quinta-feira com a cantora potiguar Valéria Oliveira com o “Samba de todas as cores”, às 18h, uma Natalense de origem das Rocas, berço do samba potiguar, das Escolas de Samba Malandros do Samba e Balanço do Morro, consiste em uma das atrações marcantes.

Os polos de Ponta Negra na “Praça dos Gringos” com a sua diversidade, do Atheneu que este ano está mudando de lugar para a Rua Trairi, o Espaço Ruy Pereira e do bar do Zé Reeira, na Cidade Alta, de fato são os mais procurados, com maior fluxo de pessoas e turistas, dando excelente oportunidade de se verificar a criatividade cultural dos foliões.

O bloco “Poetas, Carecas, Bruxas e Lobisomens” iniciado pelo saudoso cartunista Edmar Viana, que marcou época na imprensa escrita do Estado com suas charges, foi presidente do Alecrim Futebol Clube, morador da Potilandia com a família por longos anos, e hoje na liderança e responsabilidade de Hugo Manso Júnior, professor do IFRN, militante político e social, arrasta multidões em Ponta Negra.

Na praia da Redinha o bloco “Oscão” considerado patrimônio imaterial da cultura do Rio Grande do Norte, sempre é destaque e com a irreverência dos integrantes fantasiados com a lama do mangue conseguem espaço na mídia nacional pelo inusitado e pelo diferente, verdadeiramente, não há bloco igual, consegue atrair os natalenses e personalidades com muita animação.

Em Caicó no Seridó do Estado está conseguindo ser alçado ao maior carnaval do interior do Nordeste, com uma intensa programação que antecede os dias oficiais do carnaval e contínua na quarta-feira de cinzas, com o principal destaque para o bloco do “Magão” uma tradição de mais de quarenta anos, estando previsto de participar em todos os dias pela programação divulgada nas mídias sociais.

Ainda no Estado há bons carnavais da maior tradição, principalmente Macau com o “mela mela”, em Areia Branca, em Apodi, em Pipa e Pirangi em Parnamirim, com grandes investimentos, como também em todo litoral com as praias belíssimas, como Tabatinga, Pipa, Baia Formosa e Cunhaú de muitas falésias, de águas mornas, e paisagismos encantadores.

O desejo é um bom carnaval para os homens e mulheres de todas as gerações, com muita paz, nada de brigas, tomadas as providências contra o sol que promete ser escaldante, através de muita hidratação, moderação nas bebidas alcoólicas, dirigir com muita segurança evitando o desrespeito à legislação do trânsito, cultive a cortesia e as amizades, e principalmente respeito, lembrando de quando as mulheres disserem “não é não”.

 


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