Advogado e especialista em gestão pública.
O Parque Eólico em Serra de São Bento/RN
Estive em Serra de São Bento representando a AMSAP – Associação dos Municípios da Região Serrana do Agreste Potiguar – IGR com os condutores de turismo para conhecer e visitar o Parque Eólico Santo Antônio, verificar as inovações tecnológicas, que estão mudando o paisagístico das Serras do Agreste, e suas consequências de natureza ambientais, socioeconômicas e as possibilidades de formação das trilhas turísticas.
A hora marcada estávamos no local do encontro no escritório da Casa dos Ventos em Serra de Serra Bento/RN. O traslado foi de ônibus fornecido pela empresa. Delegações dos Municípios circunvizinhos e todos demonstrando interesse e verificar as condições para fazer uma trilha, principalmente, os condutores de Serra de São Bento e Monte das Gameleiras.
Era um dia chuvoso com neblina e aportamos nos escritórios e equipamento dos funcionários, todos implantados com contêineres, que serão fáceis de serem desarmados no final das montagens das torres. A delegação foi muito bem recebida, podendo citar Talisson, Gabrielly, como educadores ambientais, Mario Damasceno, coordenador de implantação, um seridoense de Florânea/RN, e outros membros da equipe que nos conduziram em veículos até os aerogeradores com paisagens deslumbrantes das serras, todos muito atenciosos e preparados para as informações técnicas.
Na recepção no escritório de trabalho nos foi apresentado, inicialmente, o impacto ambiental, na fauna e na flora, os cuidados que as equipes destinam, sem esconder números, inclusive de óbitos dos animais, e da adoção das medidas pactuadas nas audiências públicas e com o IDEMA, e os programas compensatórios e de recuperação das áreas consideradas degradadas.
As torres são do fabricante “Vestas” de tecnologia Dinamarquesa, com torres de cimento ou metal, fabricadas em Suape. As torres alcançarão uma altura de 105m, incluindo os trampos, a nacelle (gerador da energia) e as pás. Serão implantados dez geradores de energia eólica em Serra de São Bento, doze em Monte das Gameleiras e vinte e três em São José do Campestre. As áreas que estão sendo implantadas não há comunidades rurais ou residências que exija o deslocamento de famílias.
A nocelle atinge um peso de setenta toneladas e permite dez rotações por minuto transformando 1.800 vezes hub dimensões. As pás são de resina e chegam a 17.000 kg, quando encaixadas e em funcionamento alcançam uma velocidade de 320 km/h com dez rotações por minuto. O conjunto soma um total de 480 toneladas. É um peso inimaginável. O zumbido é medido e posso dizer que é mínimo, quase imperceptível.
Na saída para o campo recebemos equipamentos de proteção individual, notadamente, capacete, proteção peitoral e perneiras. Confesso que foi uma visita para desmistificar algumas polêmicas, principalmente, quando comparadas as hidrelétricas no país, e das grandes barragens. E no Rio Grande do Norte há dois grandes exemplos mais recentes a barragem Armando Ribeiro Gonçalves com o deslocamento da cidade de São Rafael e na atualidade com a barragem de Oiticica com a comunidade rural de Barra de Santana.
No Estado do Rio Grande do Norte, o maior produtor de energia eólica do país, colocando energia no eixão elétrico nacional, já estando em operação 2.991 aerogeradores com um cálculo de beneficiar 36,2 milhões de residências, portanto é uma mudança de modal energético, com menos custos ambientais, humanos e para minorar os efeitos da mudança climática.
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