Evandro Borges

22/03/2024 07h42

 

O Centro de Natal

 

O Centro de Natal também denominado de Cidade Alta é sinônimo das Avenidas Rio Branco e Deodoro da Fonseca, das Ruas Princesa Isabel, João Pessoa, da Ulisses Caldas e Apodi. Das Igrejas do Galo e da Igreja Matriz, das Praças André de Albuquerque, Sete de Setembro ou três Poderes, da Praça Pe. João Maria e Pres. Kenedy, do Palácio Felipe Camarão sede da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Museu Câmara Cascudo e da Parada Metropolitana.

Na Cidade Alta estavam os Cines Rex, Nordeste, Rio Grande e Poti, o antigo Mercado, que Natal não soube preservar como tantas outras importantes cidades, alojando na atualidade o prédio do Banco do Brasil, as cigarreiras da Avenida Rio Branco em especial a “Tio Patinhas” de Bezerra com os jornais de toda parte, de um comércio pujante puxado pelas Lojas Brasileiras, das Lojas Americanas, da Riachuelo, das Livrarias Universitária, Opção e dos sebos, das noites natalinas com o comércio aberto e passeio para visitação das belas vitrines.

Do Grande Ponto e do Café São Luís com as suas conversas que atraiam personagens, personalidade e autoridades. Dos comícios com palanques no cruzamento da Rua João Pessoa com a Princesa Isabel, dos comícios relâmpagos no Café, dos comícios e atos públicos na Praça Padre João Maria aproveitando o fechamento do comércio e o deslocamento da população até a Parada Metropolitana. E das peças do teatro de rua.

Os edifícios 21 de março, Barão do Rio Branco e sua galeria, do Canaçu, do Mendes Carlos, do Cidade Natal cheios de escritórios de advocacia, de representação comercial, consultórios odontológicos e médicos, da Farmácia Confiança de Manoel Bulhões, da FETARN na Apodi com muitos atos públicos e passeatas, da Associação dos Professores, hoje SINTE na Avenida Rio Branco, permitia um turbilhão de gente que se entrecruzava.

Dos Hotéis Samburá, Ducal, Casa Grande e tantos outros que abrigavam os propagandistas vendedores, comerciantes, turistas, que ali aportavam motivados pelos mais diversos interesses. Dos restaurantes, sendo um deles de uma referência enorme o Cinderela de Zé Reeira, o Paladar na Rio Branco, da Lanchonete Chapinha na Parada Metropolitana, do Bar do Lourival, do Beco da Lama com seus bares e seus personagens, do Centro Cearense era um verdadeiro fervilhar de pessoas. 

A Cidade Alta ou o Centro de Natal é um passado de legado, de memória, de muitas saudades, que representou épocas de muitas gerações de natalenses e naturalizados, cheios de nostalgias, que a contemporaneidade com novos conceitos de comércio e de cidade, aos poucos vem diminuindo a sua influência. Em face dos grandes Shoppings instalados e da vida própria dos bairros com uma nova concepção de qualidade de vida.

A situação de paralisia da Cidade Alta motivou o comércio remanescente enveredar pela organização, constituindo algumas instituições, podendo ressaltar o exemplo da Associação Viva o Centro e dos Amigos do Beco da Lama, que tentam revitalizar o centro culturalmente, economicamente, de forma urbanística e humana, mantendo a identidade da aprazível localidade e de tantos acontecimentos históricos de Natal.

Neste diapasão, o Largo Ruy Pereira, vizinho ao IFRN, que no passado abrigou o Liceu Industrial, local de funcionamento do Bar do Zé Reeira que atraí a boemia Natalense foi revitalizado, uma verdadeira rua coberta, como também, o Beco da Lama, com os seus grafites, bares, rodas de samba, sebos, e a nova Avenida Rio Branco reurbanizada e as ruas tradicionais do Centro.

Uma das questões atualmente consiste na execução do cronograma das obras, que seguem a “passo de tartaruga” causando mais problemas para o acesso ao comércio e para revitalização do centro. Assim no programa de sábado, Conexão Potiguar aqui no Potiguar Notícias vamos entrevistar o fundador da Associação Viva o Centro e comerciante Delcindo Mascena colocando a sua opinião.

                  


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).