Andrezza Tavares

Doutora em Educação (UFRN/2010)​, professora dos cursos de Graduação e dos Programas de Pós-Graduação do IFRN e Coordenadora Institucional do PIBID/IFRN/2013.

30/05/2021 10h44
 
 
 
Galileu Galilei, o primeiro grande cientista experimental
 
 Por Andrezza Tavares (PPGEP / IFRN) & Carlos Chesman (Depto de Física / UFRN)
 
       Galileu Galilei, italiano que viveu de 1564 até 1642, é considerado o primeiro grande cientista experimental. Foi ele quem realizou uma experiência para mostrar que corpos de massas (pesos como cotidianamente falamos) diferentes devem cair com o mesmo tempo de queda livre, ou ainda, devem sair da mesma altura e chega igualmente no chão. Isto para provar que a massa maior não cairia mais rapidamente como a grande maioria da população (ainda nos tempos atuais) acha que é, isto é, que um corpo de massa grande adquiri maior velocidade ao cair, assim também acreditava Aristóteles (que viveu no século III antes de Cristo). Segundo constam nos livros de história da ciência, em vários livros diz-se que é uma lenda que Galileu, subiu na Torre de Pisa (uma Torre inclinada) e de lá soltou diferente massas e observou a queda, concluiu que todas as massas caiam ao mesmo tempo, independente da massa. Com este experimento Galileu pôs em xeque a ideia de Aristóteles e, mais importante ainda, apresentou para o mundo um novo método de investigação, que é a experimentação. Deve-se testar suas ideias e hipóteses para saber se elas são uma realidade na natureza. Pronto historicamente e cientificamente temos uma nova verdade, provada pela experimentação.
 
      Entretanto, na vida cotidiana, ainda temos um gargalo, pois se observa diretamente que ao soltar um pedaço de rocha e uma folha de papel (dois corpos de massas bem diferentes), que nitidamente a folha de papel demora muito mais tempo para atingir o chão do que o pedaço de rocha. Como explicar que Galileu está correto com esta observação fácil de ser realizada em qualquer ambiente? Façamos a seguinte experiência, amasse a folha de papel com um formato de uma pequena bola, parecida com uma esfera. Volte a soltar o pedaço de rocha e o papel amassado. O que será observado é que agora estes dois corpos chegam ao chão no mesmo instante, você mesmo pode testar executando esta experiência. Ou seja, o formato do papel é um componente importante, o papel no formato de folha demora muito mais para cair. Ou ainda, demonstra que o formato do papel (folha, avião de papel ou esfera) influencia no tempo de queda do papel. Isto é, o ar é um fator decisivo para a conclusão do Galileu neste experimento, é necessário retirar o ar para refazer o experimento e chegar novamente na conclusão do Galileu, surge aqui a ideia do que chamamos hoje de vácuo, o ambiente sem ar atmosférico, o nada. Porém, foram necessário mais de 200 anos para que os cientistas perdesse o medo do vácuo, para os filósofos da época o vácuo sugaria tudo ao seu redor, inclusive o cientista que fazia o experimento, e também pela fraca evolução das máquinas para se fazer vácuo, só com a invenção dos motores elétricos, por volta de 1850, inovadoras bombas de vácuo foram inventadas.
 
      Na atualidade, podemos usar, motores de geladeiras, que são compressores e, por construção, são também pequenas bombas de vácuo. Isto é, pode-se realizar inúmeros experimentos didático e lúdicos evacuando-se uma campânula de vidro (por exemplo, uma tigela da sua cozinha)  e observar os fenômenos a olho nu. Por exemplo, a água “ferver” a temperatura ambiente, bexigas de aniversários “encherem” sozinhas, “apagar” uma vela dentro da campânula, entre outros fenômenos lindos. Fica a dica para a realização de muitas experiências interessantes e inusitadas com este compressor de geladeira.
 

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