Dra. Aline Leite Nogueira

Ginecologista e Obstetra, especialista em Reprodução Humana (CRM-SP 102.616)

30/01/2024 06h33

 

Afinal, o que é Leucemia Mieloide Aguda e o que fazer no

período de Gestação e Amamentação?

 

A leucemia mieloide aguda é um tipo de câncer hematológico (do sangue) que pode acontecer em qualquer idade, mas as pessoas com mais de 65 anos são as que mais recebem o diagnóstico. Ela não é hereditária e ainda não se sabe o porquê de seu surgimento.

Sua principal característica é a superprodução de células de glóbulos brancos, aquelas responsáveis por combater as infecções. Elas passam a se desenvolver de forma descontrolada e param de desempenhar sua função, que é proteger o organismo contra as bactérias, vírus. Em grande quantidade na medula óssea, elas bloqueiam a formação dos demais componentes do sangue (glóbulos vermelhos e plaquetas). Por isso, cansaço intenso, anemia e sangramentos persistentes podem ser sintomas comuns.

Os sintomas mais comuns incluem cansaço, palidez, hematomas fáceis, sangramento, febre e infecção. O diagnóstico é obtido por exame do esfregaço do sangue periférico e da medula óssea. O tratamento é feito com quimioterapia de indução para obter remissão e quimioterapia pós-remissão (com ou sem transplante de células-tronco) para evitar recidiva.

Há poucos dados na literatura abordando o tratamento e o desfecho das leucemias na gestação. As taxas de cura são semelhantes à da população em geral, entretanto existe uma incidência maior de aborto, natimorto e parto prematuro. Aparentemente, se a doença ocorre no 1º trimestre, é aconselhável a interrupção da gestação a fim de promover a possibilidade de tratamento materno adequado. Durante o 2º e o 3º trimestres, a quimioterapia pode ser empregada, mantendo constante monitoramento fetal, permitindo a remissão da leucemia e o parto de bebês sem riscos de malformações. Uma outra opção poderia ser adiar o início do tratamento para o pós-parto quando a leucemia é diagnosticada no 3º trimestre (dependendo do quadro clínico da paciente e da decisão médica).

No período de amamentação, é necessário suspender. Qualquer paciente oncológica que esteja recebendo quimio ou radioterapia são aconselhadas a suspender a amamentação, por conta do risco de a medicação passar pelo leite materno e intoxicar o bebê. Depois do término da quimioterapia, o ideal é esperar de 60 a 90 dias para voltar a amamentar, dependendo do quimioterápico utilizado.

 


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).