Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

21/08/2024 08h22
 
Que comece o espetáculo!
 
O grotesco espetáculo das eleições municipais, começou. Como assim grotesco? Afinal eleições, que expressam a realização da democracia, são grotescas? Essa caracterização das eleições municipais, não tem, afinal, um tão arrogante, como se o processo eleitoral fosse algo que beirasse o ridículo?
 
Acho grotesco, de fato, um adjetivo muito forte. Vamos mudar então? Como devemos chamar a revoada de cabos eleitorais nas ruas e ruelas, desde as maiores cidades, até as pequenas cidades, que vão, nos próximos dias literalmente “caçar” eleitores”. É uma correria, buscando “convencer” os eleitores, pessoas que estão tão próximas das candidaturas, quanto o Ibis está de ganhar o campeonato pernambucano. 
 
Os cabos eleitorais, figuras caricatas que evoluíram, como os computadores evoluíram, utilizam as redes sociais, os celulares e todo o instrumental disponibilizado pela tecnologia. A essência é muito parecida com o que ocorria nos anos 80. Mas, de onde vem a dinheirama que “banha” as campanhas? Ah, dirão os mais ingênuos, das doações. Ingênuos.
 
Mas, é fato que as candidaturas mais aquinhoadas com o “vil metal”, como dizia o saudoso Hélio Câmara, tem mais cabos eleitorais, tem mais carros circulando com o nome da candidata e do candidato nos seus carros. É uma corrida absolutamente desigual, em termos financeiros.
Mas o pior mesmo é ver o baixíssimo grau das candidaturas. O eleitor vai ser submetido a uma tortura, com a tal da “propaganda eleitoral gratuita”, onde o candidato tem muito pouco tempo para aparecer e convencer o eleitor a votar nele. É óbvio que não convence ninguém, e os mais chegados ao grotesco (sim, grotesco!), aproveitarão os segundos para se tornarem figuras conhecidas.
 
Como em todas as eleições da democracia liberal, o processo eleitoral é um ritual que precisa ser repetido, para que a população de fato acredite que é um processo de escolha. É uma escolha, de fato, mas condicionada a várias nuances, que transformam a eleição num grande espetáculo, em que o eleitor é um ator secundário.
 
Se a população EXIGISSE dos candidatos se remetessem aos temas que interessam às suas cidades, quem sabia não teríamos uma maior percentagem de eleitores que escolheriam seus candidatos por PROGRAMAS-PROPOSTAS e não RETÓRICA.
 
Que o espetáculo comece!
 

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