Evandro Borges
Advogado e especialista em gestão pública.
23/08/2024 05h13
Os avanços tecnológicos e os desafios no Rio Grande do Norte
Os avanços tecnológicos consistem em uma realidade. O celular que há muito deixou de ser um aparelho telefônico e passou a ser um verdadeiro “computador de bolso” realizou uma profunda transformação nas relações em todas as dimensões da sociedade. Agora estamos vendo a chegada da inteligência artificial, a robotização na linha de produção da indústria e nas mais diversas atividades humanas. E a nova ferramenta de linguagem denominada “ChatGPT”.
Inicialmente com os avanços tecnológicos, no mínimo era preciso conhecer bem a ferramenta do “word”, mas a realidade de forma inexorável exige um conhecimento mais aprofundado, estabelecendo de todos um maior conhecimento das novas tecnologias. A civilidade humana é gráfica, e agora em todas as atividades é preciso no mínimo de conhecimento das novas tecnologias, pois, atualmente, até para receber o salário em conta, pagar um estacionamento, para acessar o “uber”, para as atividades do trabalho informal, se faz necessário acessar as novas tecnologias.
Algumas categorias profissionais minguaram diante dos avanços tecnológicos, talvez o maior exemplo consiste na categoria bancária, todo estabelecimento bancário contava em média com vinte profissionais, e hoje com as operações financeiras podendo ser realizadas pelo “computador de bolso” (celular) reduziu em muito a quantidade de bancários.
O momento é da informação, do processamento de dados que foram sendo acumulados no decorrer dos anos pelas gigantescas operadoras (big tech) da internet, que passou a conhecer o perfil de cada pessoa, as suas vocações, opções e interesses remetendo informações “adequadas” para cada usuário, retirando “um pouco” da liberdade individual de cada um em fazer sua própria escolha.
As transformações em curso não têm retorno e nem volta, cabendo cada um se preparar para as mudanças e transformações, ficando bem atentos para avaliar as suas relações, principalmente para se manter no mundo do trabalho com as suas novas exigências, capacidades e oportunidades. Não se pode ficar paralisado, esperando o tempo passar, urge a necessidade de agir.
Diante das mudanças e transformações os desafios aumentam para o Estado do Rio Grande do Norte, que tem parcela significativa da população sem alfabetização e letramento, para se efetuar um projeto de Estado, que possa envolver o Estado e os Municípios com a participação ativa da sociedade, das famílias e da cidadania, para incluir toda a população, a começar pelo letramento.
Da mesma forma, a melhoria da educação em todas as modalidades, haja vista, os resultados negativos do IDEB, publicados para o domínio público, tanto do setor público, como também o privado, para alavancar processos de desenvolvimento, e incluir de fato a população nas transformações dos novos conhecimentos e avanços tecnológicos proporcionados pela ciência.
Os Institutos Estaduais já foram anunciados que três deles serão federalizados através da incorporação aos Institutos Federais, todavia diante dos fatos da educação no Rio Grande do Norte, a Governadora com toda a bancada federal deveria se unir em torno da federalização de todos os Institutos Estaduais em fase de conclusão, garantindo um ensino médio profissional de qualidade para a população.
As mudanças econômicas em operação e a conjuntura econômica internacional pode até ser favorável ao Brasil, mas é preciso fazer o que se denominou no jargão de “dever de casa”. O crescimento econômico acompanhado com a dignidade humana, com inclusão e formação de cidadania, com trabalho e oportunidades é dever de todos, principalmente na busca pela governança no rumo do desenvolvimento contemporâneo.
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