Natal
Foto: Emanuel Amaral/Secom
Avanço do mar ameaça hotéis na Via Costeira e preocupa setor hoteleiro do RN
20/09/2024 17h17
Representantes da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) alertam para os riscos financeiros e ambientais causados pela erosão na orla da Via Costeira, em Natal, provocada pelo avanço do mar. Hoteleiros pedem medidas urgentes para conter os danos crescentes, que ameaçam as estruturas e o funcionamento de vários empreendimentos turísticos.
Na manhã desta sexta-feira (20), uma reunião com representantes da ABIH, Defesa Civil e a Prefeitura de Natal abordou o impacto das marés altas, que há anos têm causado prejuízos na região. O mais recente caso ocorreu na quinta-feira (19), quando uma maré alta atingiu diretamente os hotéis localizados ao longo da Via Costeira, agravando o cenário de vulnerabilidade.
Problema antigo com agravamento recente
O avanço do mar na Via Costeira e em áreas próximas, como a praia de Ponta Negra, é registrado há pelo menos 15 anos, e seus efeitos têm se intensificado. A erosão costeira não apenas ameaça os empreendimentos, como também representa um risco ambiental significativo. José Odécio, presidente da ABIH, destacou os perigos adicionais relacionados às redes de esgoto: “Houve um comprometimento na proteção feita pelos hotéis. Não houve abalo na estrutura, mas há um risco de rompimento nas tubulações de esgoto das redes hoteleiras. Caso haja um abalo, haverá prejuízo ambiental e financeiro, pois o funcionamento dos hotéis será paralisado”, relatou.
Impacto nas marés altas e riscos futuros
A maré alta desta quinta-feira, com um pico de 2,37 metros às 17h30, intensificou o problema. Durante essas marés, as ondas chegam muito próximas às estruturas hoteleiras, danificando os muros de contenção e colocando em risco as tubulações de esgoto. Com o avanço da maré, a erosão da costa provoca um impacto direto na integridade das construções e pode resultar em um aumento significativo nos custos de manutenção e reparo.
Além do impacto imediato, os hoteleiros também se preocupam com as implicações de longo prazo. A continuidade desse processo pode levar à interrupção temporária ou definitiva das operações, gerando impactos na economia do turismo local, que depende fortemente da infraestrutura hoteleira.
Possíveis soluções em discussão
No encontro, a Prefeitura se comprometeu a realizar estudos técnicos e avaliar soluções viáveis para conter o avanço do mar. Thiago Mesquita, secretário de Meio Ambiente de Natal, reiterou o apoio do poder público, mas ainda não foram apresentadas medidas concretas para resolver a situação. O que está claro é que a solução exigirá um esforço conjunto entre o setor público e o privado para garantir a proteção das áreas afetadas.
