Mônica Cavalcante

Professora e feminista

20/09/2022 09h32

DO PRIMEIRO AO QUINTO

 

Não perde-se a validade.

Não perdem-se as garantias.

Não degradam-se os valores.

Não dispensam-se os fundamentos.

Mas os direitos fundamentais são frequentemente violados, ou simplesmente não implementados.

A velhice também está relacionada com a categoria social que se conhece por terceira idade. As pessoas desta faixa etária, regra geral, estão aposentadas, e, em muitos casos, já são avós.

O corpo muda quando uma pessoa está na fase da velhice e isso pode ser visto, especialmente, na parte da pele. Vivenciá-la é conviver com as modificações corporais que ocorrem no processo de envelhecimento

A senioridade é uma etapa especial da vida das pessoas idosas que precisam ser respeitadas e tratadas dignamente, especialmente pelas contribuições sociais que fizeram e fazem ao longo de suas vidas.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Brasil 13% da população tem mais de 60 anos, sendo que a partir de 2031 haverá mais pessoas idosas do que crianças e adolescentes, e em 2042 essa população alcançará o número de 57 milhões de brasileiros, e, em 2060, cerca de 25% da população brasileira será composta por pessoas idosas.

Mas a rotina das pessoas idosas nem sempre é garantida de espaços sociais, econômicos, culturais, espirituais e civis de acolhimento e preparados para as suas demandas e necessidades.

A extrema valorização da juventude, o errôneo estereótipo da pessoa idosa doente, frágil, debilitada, dependente, improdutiva e incapaz, segrega e limita a população idosa, dando lugar à discriminação e esse preconceito se manifesta através de diferentes maneiras de abordagem à elas, como piadas, infantilização e atitudes de exclusão. Ou seja, trata-se da discriminação etária contra pessoas ou grupos.

Isso tem nome: ETARISMO.

O QUE É E O QUE REPRESENTA PARA AS PESSOAS IDOSAS?

Instrumentos como a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Pessoa Idosa coíbem a discriminação contra a população idosa, embora não esteja explícito nos dispositivos legais referentes aos direitos dos idosos no país o termo ETARISMO, AGEÍSMO OU IDADISMO.

Com o intuito de combater o preconceito contra os idosos, lembramos que o Estatuto da Pessoa Idosa, definido pela Lei Federal, de nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022), prevê uma série de normas com vistas a proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa. A discriminação mediante a idade, com atos de humilhação, desdém, menosprezo, intimidação ou impedimento e dificultação do acesso a operações bancárias, meio de transporte, entre outras coisas, constitui-se como crime com pena de reclusão de 6 meses a 1 ano e multa.

Obviamente o ETARISMO atinge homens e mulheres, mas, infelizmente, por questões já conhecidas em relação a gênero e a padrões de beleza, o peso do preconceito para o público feminino parecer ser ainda maior.

Padrões sociais, de beleza, no mercado de trabalho, com isso, muitas mulheres se sentem julgadas ao surgirem as primeiras rugas e cabelos brancos.

Para não continuar reproduzindo DISCURSOS ETARISTAS, vamos refletir:

“Você está muito velha/velho para fazer isso.” (voltar a estudar, mudar de profissão, namorar etc.)

“Você não tem mais idade para usar isso.” (uma peça de roupa, um acessório etc.)

“Me desculpe pela pergunta, mas quantos anos você tem?”

“Você não aparenta a idade que tem, está muito conservada/conservado!”

“Você deve ter sido uma/um jovem muito bonita/bonito!”

“Esqueceu? Deve ser a idade.”

“Você tem idade para ser mãe/pai dela/dele.”

“Você é muito animada/animado, tem alma de jovem!”

 

RESPEITO É SOBRE QUEM EMPODERAMOS.

PALAVRA AMPLA E QUE AMPLIA CONCEITOS E ATITUDES.

 

 


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).