Mônica Cavalcante

27/04/2024 00h07
 
A Corda Bamba da Coerência
 
Em uma sociedade cada vez mais polarizada, onde os conceitos de esquerda e direita se tornam frequentemente armas de divisão, a garantia dos direitos fundamentais à instrução, ao trabalho e à saúde emerge como um campo minado, repleto de confusões e desentendimentos.
 
A história nos ensina que essas ideologias têm raízes profundas e significados que evoluíram através dos tempos, desde a Revolução Francesa, onde "esquerda" e "direita" descreviam literalmente os lados do parlamento em que os revolucionários e os conservadores se sentavam. Hoje, porém, essas palavras carregam conotações que vão muito além de sua origem espacial, mergulhando nas profundezas das políticas de identidade, economia e governança.
 
Primeiramente, é crucial reconhecer que, apesar das diferenças ideológicas, tanto a esquerda quanto a direita têm histórias de contribuições para a ampliação dos direitos sociais.
 
A confusão surge quando essas visões são mutuamente exclusivas, criando um falso dilema que ignora a possibilidade de políticas complementares. A verdadeira questão, então, não é se devemos aderir estritamente à esquerda ou à direita, mas como podemos construir um diálogo que reconheça a validade de ambas as perspectivas na promoção dos direitos fundamentais.
 
A história de esquerda e direita, serve não como um divisor, mas como um lembrete de que a busca por uma sociedade melhor é um processo contínuo, que exige diálogo, compreensão e, acima de tudo, cooperação. 
EVITAR A CONFUSÃO em um mundo dividido entre esquerda e direita requer uma dedicação ao diálogo e à compreensão mútua. Ao adotarmos uma postura que valoriza tanto a liberdade quanto a igualdade, podemos transcender as divisões ideológicas e trabalhar conjuntamente para garantir que os direitos à instrução, ao trabalho e à saúde sejam acessíveis a todos, independentemente de onde se sentem no parlamento da vida. 
 
Uma população bem-informada é menos suscetível a falácias e mais capaz de entender a complexidade das questões políticas, econômicas e sociais. Além disso, ao tratar a instrução como um direito inalienável, pavimentamos o caminho para uma sociedade que valoriza o pensamento crítico e a participação ativa, independentemente da afiliação política.
 
A desinformação é uma ferramenta poderosa e difícil de controlar devido à sua rápida disseminação e a capacidade de adaptação em diferentes contextos, percepções e influência na opinião pública. Em um cenário político polarizado, a fake news pode ser especialmente prejudicial, criando divisões mais profundas e minando a confiança nas instituições.
 
 Uma estratégia eficaz contra fake news requer não apenas a refutação de informações falsas, mas também a promoção de uma narrativa alternativa que seja convincente e amplamente acessível. O desafio que temos está em construir uma narrativa convincente contra a desinformação. 
 
Identificar e desmentir informações falsas, engajar a população de maneira significativa, promover o pensamento crítico e a verificação de fatos, portanto não é mais uma responsabilidade individual e não pode ser subestimada. Em uma época em que cada pessoa tem o potencial de ser um difusor de informações, a conscientização sobre os impactos da desinformação é crucial.
 
Adotar uma postura crítica diante das informações consumidas e compartilhadas, verificar a credibilidade das fontes e questionar narrativas que pareçam unilaterais ou suspeitas são passos importantes que cada indivíduo pode tomar para mitigar a propagação de fake news.
 
Em um mundo cada vez mais conectado, onde a informação circula com velocidade e volume sem precedentes, a desinformação tem emergido como um desafio de grandes proporções, especialmente no contexto político. Este fenômeno, caracterizado pela disseminação deliberada de informações falsas ou enganosas, tem o potencial de distorcer o debate público, polarizar sociedades e minar a confiança nas instituições democráticas. A dinâmica da desinformação, particularmente no cenário político atual, revela-se uma arma poderosa nas mãos daqueles que buscam promover suas agendas, muitas vezes à custa da verdade e da coerência, e, portanto, o combate à desinformação é um desafio multifacetado que exige uma abordagem coordenada, envolvendo educação, engajamento cívico e estratégias de comunicação inovadoras.
 
Neste sentido, evitar a confusão e promover uma compreensão clara e aprofundada dos direitos fundamentais sociais a quem de direito, sem falsas promessas ou chantagens morais, requer um esforço concertado para transcender rótulos simplistas e abraçar a complexidade inerente à governança de sociedades diversas. Ao fazer isso, não apenas salvaguardamos os direitos essenciais para todas as pessoas, mas também pavimentamos o caminho para um futuro mais inclusivo, justo e seguro.
 
Por fim, e não menos importante, enquanto veículos de comunicação, em particular, os de alcance em nível interpessoal, em massa ou social, carecemos estar atentos. A regulação não necessita bater à porta. Ser livre e imparcial é um dos pilares de qualquer democracia saudável, servindo como um contrapeso ao poder, ao mesmo tempo em que educa e informa o público. Na luta contra a desinformação, a informação de qualidade, comprometida com a veracidade dos fatos, é um recurso inestimável. 
 

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