Eliade Pimentel

Jornalista

05/12/2023 09h36

 

Das trincheiras culturais para o conselho estadual

 

Há muito anos, conheci uma professora que atuava como revisora no mesmo jornal que eu trabalhei, a Tribuna do Norte.  Competente, inteligente e sempre muito atenciosa, Rejane de Souza marcou minha vida por ser tão determinada e focada a promover a literatura, o livro e a leitura. Ao longo de nossas carreiras, nos encontramos em diversas situações e, com o advento das redes sociais, nunca perdemos o contato. Eu gosto de dizer, ao me referir a ela: eu amo uma professora.

Recentemente, Rejane me convidou a fazer parte do Mulherio das Letras Nísia Floresta, que reúne 120 poetas, escritoras, mulheres como nós, fazedoras de cultura. Fiquei muito lisonjeada, pois é um junteiro de pessoas muito especiais, formado por mulheres abnegadas e unidas em prol da promoção e do desenvolvimento cultural da nossa sociedade. Estar em meio a tantas mestras da literatura me fortalece enquanto escritora. E como é bom tê-la como uma de nossas principais lideranças.

Servidora pública da Educação do Governo do Rio Grande do Norte, ela ocupou alguns cargos públicos e desempenhou papeis muito importantes, atuando efetivamente na elaboração do texto base do Plano Estadual do Livro e da Leitura do RN. No entanto, acredito que seu maior legado até hoje seja a criação da Biblioteca Comunitária “Dona Mariinha”, em sua cidade natal, Nísia Floresta.

Além de ser escritora, professora e revisora, apaixonada por livros, leitura e literatura, ela é conterrânea de um dos principais nomes da cultura potiguar. Imagine então seu compromisso, por si mesma atribuído, de honrar o nome daquela que dá nome ao nosso grupo tão especial. Ativista cultural incansável, agora temos essa querida num lugar de destaque, que há muito precisava ser sacudido.

Nomeada pela governadora Fátima Bezerra como presidenta do Conselho Estadual de Cultura, sua missão não será fácil, principalmente porque muita coisa depende de mudanças estruturais. Sua posse ocorrerá nesta terça-feira, 05 de dezembro de 2023, na sede da Academia Norte-riograndense de Letras, e será uma data histórica. O dia em que a doce e aguerrida professora agrestana tomará posse do seu novo cargo, e iniciará oficialmente uma missão muito importante.

E nós, ou parte de nós, estaremos lá, aplaudindo, torcendo e sonhando com a implementação de novas políticas culturais para o nosso querido Rio Grande do Norte. Ainda temos muito o que lutar, como por exemplo, derrubar a bancada parlamentar que se opõe à criação do Sistema Estadual de Cultura, que implicará na criação do Fundo Estadual e na Secretaria de Estado da Cultura. Eu já estou com a bandeira levantada. Simbora!

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).


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