Cláudia Fragoso

03/10/2021 09h03
 
O “mi-mi-mi” da empatia
 
 
Na era da comunicação, networking e formação de parcerias, fico me perguntando o que faz pessoas agirem de modo tão diferente em relação à colaboração! O que faz alguém se importar com uma necessidade que definitivamente não é sua?
 
Acostumada a um ambiente hostil e de muita competitividade, uma vez me vi em um cenário muito distinto! Isso aconteceu quando entrei na comunidade “Jerimum Valley” (a maior comunidade empreendedora do Rio Grande do Norte). Imagine só uma pessoa se deslocar da sua casa até o Sebrae para me dar uma consultoria gratuita...Isso pode parecer bizarro para muita gente, mas aconteceu comigo (eu quem me beneficiei da consultoria)! Mas não para por aí. Toda vez que busco orientação ou ajuda por lá, sempre teve alguém (ou várias pessoas) para me ajudar! 
 
Acho simplesmente fantástico e penso que deveria acontecer assim em todos os ambientes! Quando foi que perdemos o senso do coletivo? Quando foi que passamos a nos considerar empáticos sem compreender o real significado dessa palavra?
 
À propósito, empatia está muito mais relacionado a sentir COM o outro do que sentir PELO outro. Sentir a dor de outra pessoa é humanamente impossível; você sempre irá colocar seu filtro antes e jamais conseguirá entrar no mundo de outra pessoa e sentir como ela sente. Nem tente, isso de fato não é possível!
 
Quando você sente COM o outro, é capaz de simplesmente estar junto e oferecer seu apoio a ela, ainda que não compreenda os motivos dela se sentir daquele jeito, ainda que na sua visão seja “ridículo” sentir aquilo e ainda que ache que tudo aquilo é muito “mi-mi-mi”.
 
Afinal de contas, o seu achismo é importante para quem, meu bem? 
 
A regra, que deve ser vivida por todos nós, deve ser a regra do OUTRO. Esse conceito foi desenvolvido por Bruno Juliani (CEO da Abracoaching). Pode soar estranho para muitos, já que vivemos numa sociedade tão egoísta em que tudo deve ser voltado para si, mas de acordo com essa regra, você deve se adaptar às necessidades dos demais, seja um cliente, pai, mãe, esposa, marido, filho, amigos, etc.
 
Lembrei agora de um livro, excelente por sinal, “As cinco linguagens do amor”, de Gary Chapman, em que ele fala justamente sobre como cada um se sente amado. De acordo com o autor, cada pessoa tem uma forma diferente de sentir-se amada. Alguns sentem-se amados ao “ganhar presentes”, outros pelo “toque físico”, há aqueles que sentem-se mais amados através dos “atos de serviço” (quando o outro lava louça ou o carro), pelo “tempo de qualidade” que alguém oferece ou por “palavras de afirmação (quando são proferidos elogios e/ou  incentivos). 
 
O importante é buscar compreender as necessidades do outro e buscar atender! “Como assim, Cláudia? Está me dizendo que devo viver em função do outro”. Sim e não. Explico: viver em função de si mesmo, única e exclusivamente, não vai lhe trazer felicidade. É mais provável que, com essa atitude, você seja engolido pela sociedade, seja apenas mais um e não faça a diferença no mundo! Você pode? Claro, a escolha é sua! Viver em função do outro, única e exclusivamente, vai fazer com que você negligencie as suas necessidades e isso também não é nada saudável. 
 
O que fazer então para manter-se saudável e feliz?
 
Não me atrevo a responder a essa pergunta kkkkk Mas posso dizer uma coisa: não é achando que o que o outro sente é “frescura” que você será mais saudável e feliz! Afinal, imagine se todos ao seu redor achassem que seus sentimentos fossem “mi-mi-mi”? O que ouso dizer é: abra-se ao mundo, seja vulnerável aos seus sentimentos e viva uma vida com sentido e COM o outro!
 

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