Especialista em Gestão Pública
Escola e a Produção Cientíica – uma experiência no Seridó
Começamos nossa coluna de hoje cumprindo a promessa de trazer uma experiência muito interessante no chão da Escola e verificando o que está colocado na Base Nacional Comum Curricular:
Desta forma, a coluna de hoje está na Escola Estadual Raimundo Silvino da Costa – EERSC, na bela cidade de São José do Seridó. Imagine amigo leitor, em plena pandemia do Covid 19 no ano de 2020, alunos do 2º ano A e B aqui com 50 alunos representados por João Vitor, Anna, Rhauana, Elen e Mariana, coordenados pelo Prof. Dr. Josimar Araújo de Medeiros, iniciaram o Experimento com a ATIVIDADE DE CAMPO EM GEOGRAFIA EM TEMPOS DE PANDEMIA: PESQUISA PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE BUGANVÍLIA. Era difícil pensar, mas não foi impossível fazer.
Segundo o Professor Josimar:
De acordo com Foschini (2017) a Buganvilia (B.spectabilis) é uma espécie nativa do Brasil, sendo considerada a grande descoberta de uma viagem francesa que passou pelo país no século XVIII. A denominação buganvília homenageia o conde e navegador francês Louis-Antoine Bougainville que, após descobrir essa espécie no Brasil em 1790, introduziu-a na Europa.
Então, para começar o experimento foi elaborada a seguinte questão. É possível a produção de novas plantas da espécie Buganvília por estaquia? A hipótese aventada foi que as estacas de buganvília são viáveis para a produção de mudas desde que estejam sob local sombreado. O grupo quer saber da viabilidade da produção de mudas de buganvília por estaquia na medida que o estudo se torna interessante, segundo Professor Josimar.
“No município de São José do Seridó, a Buganvília é registrada na zona urbana e rural, o que demonstra um apreço da população pelo potencial ornamental. Apesar disso, na unidade de produção de mudas situada na escola do estudo, não se produzia mudas do vegetal, pois ainda não tinha domínio da técnica de produção. São essas as motivações do estudo. São muitos os registros de populares que já experimentaram a produção de mudas do vegetal por estacas, sem êxito”.
E começa o processo de construção do Projeto, pesquisa-se sobre o conhecimento científico da espécie, vídeo conferência via google meet para o planejamento na pandemia, se organiza o quantitativo de materiais necessários para o Experimento, verifica-se as condições ambientais precisas às plantas, toma-se o cuidado com aspectos de sustentação da vida das plantas no processo, tudo feito com critérios de cientificidade.
Professor Josimar diz que: “Após 30 dias, 36 estacas (72%) foram viáveis. Após a formação de folhas, foram transportadas para local expostas ao sol, permanecendo por 30 dias, para promover a aclimatização. Foram plantadas no interior da EEPRSC e nas vias públicas de cidade”
A discussão do projeto, organização do canteiro e movimentação das mudas na cidade de São José do Seridó, que está na região localizada no semiárido nordestino, tem muitas necessidades de projetos como este e que possam trabalhar a cobertura vegetal e combata o fenômeno da desertificação e tudo o que a degradação representa para o meio ambiente.
Veja , amigo leitor, em 2002 o alerta posto sobre a desertificação no semiárido potiguar.
Assim como o alerta de 2002 e outros alertas de períodos anteriores, com muita emergência temos que, toda forma de aumentar a cobertura vegetal da região, construindo alternativas de melhorias no ambiente afetado seja rural ou urbano, se torna premente e o experimento mostra que é possível. Caro leitor, para além da questão ambiental o Professor Josimar nos relata que surge também a venda das mudas pelos alunos na feira da cidade, constituindo uma pequena atividade econômica.
Aparece então a possibilidade de uma atividade promovida pelo Experimento Científico para colaborar com os custos da ação na Escola. Amigo leitor, peço que venhamos pensar no futuro, porque não? E mais adiante no tempo, quem sabe, quantos profissionais na atividade agrícola irão surgir dessa Experimentação Científica na Escola? A Escola logo, logo saberá.
O aluno na época João Vitor Pereira, futuro estudante de Graduação em Ciências Contábei fala sobre a Experimentação Científica voltada para a intervenção da paisagem na Escola e para a cidade de São José do Seridó. Vamos à descrição do áudio:
“Não sou muito bom em expressar assim, mas eu vejo que é um trabalho muito bonito assim muito, uma palavra que quero dizer muito desenvolvido porque libera uma planta aqui que muita gente principalmente na nossa cidade muita gente tinha vontade de ter e não encontrava quando encontrava eram valores altos, como a cidade não tem alta renda é uma renda básica muitos não tinham condições de ter e com o nosso projeto todo mundo assim que tinha vontade de ter conseguiu é tanto, que a procura foi muito grande Graças a Deus e eu vejo que é muito proveitoso dá muito sucesso”. Eu passando assim, como uma pessoa que ando muito tanto na zona urbana como na zona rural, vejo que graças ao nosso projeto muita gente tem exemplares já tem filhos delas que eu já vi fizeram, aprenderam já até manusear e fazer estufa para poder ela se aumentar e eles sempre buscam melhorar e aumentar eu vejo um projeto muito bom eu acho que entre todos foi um dos melhores projetos que já houve aqui no município e muita gente quer e a procura é muito grande ainda.”
Muito interessante o relato de João Vitor Pereira, vocês não acham? É interessante o impacto produzido pelo Experimento e que produz até os dias de hoje, Caro leitor, queremos na coluna ter o propósito de valorizar e dar visibilidade à produção científica dos nossos educadores do chão da Escola. Desta forma, divulgamos que o Professor Josimar estará lançando brevemente mais um trabalho: Importância da Faveleira na Restauração Ecológica de Paisagens Degradadas no Semiárido Brasileiro: Estudos Realizados entre 1999 e 2022. Quem estiver interessado no tema de tanta importância, entre em contato pelo telefone: (84) 9878871400 ou pelo E-mail: josimarsaojosedoserido@gmail.com
Para mais informações: segue o link do experimento. Desde já agradecemos imensamente o apoio do Professor Dr Josimar Araújo de Medeiros com toda sua equipe de alunos, a Escola Estadual Raimundo Silvino da Costa – EERSC com toda equipe de gestão administrativa e equipe pedagógica como também, a 10ª Diretoria Regional de Educação e Cultura – Direc, da bela cidade de São José do Seridó. E claro, agradecemos aos nossos leitores por nos dar um pouco da sua valiosa atenção. Finalizando, deixo para vocês a palavra do nosso valioso mestre Paulo Freire que diz: “Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nos fazemos.” Muito obrigado e até a próxima com a Graça de Deus
*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).