Professor Carlos Gomes

Especialista em Gestão Pública

22/11/2022 08h58

 

Iniciação Científica na Escola para quê?

 

Como vão todos os amigos? Com a Graça de Deus desejo que estejam todos na paz. Caros leitores, hoje quero falar sobre como os estudantes, que participam do processo da Iniciação Científica na Educação Básica - IC/EB nas suas Instituições que tivemos contato, percebem a oportunidade de fazerem experimentos científicos. Aqui está a preocupação com a repercussão para o aluno o que parece óbvio mas, nem tanto. Bom, então vocês podem perguntar, como assim Professor Carlos? Eu considero a resposta bem fácil, na medida que, encontramos os benefícios para os alunos em cada Projeto abordado nesta coluna ao longo destes meses.

Perceba que a cada resultado, dentro e depois da Escola, os estudantes desde o primeiro Projeto abordado se deparam com um despertar empolgante para conhecer os meandros da produção científica. A teoria e com muita força “a prática” revelam um outro horizonte de conhecimentos e desejos muitas vezes latentes em cada discente e uma satisfação perceptível para cada docente neste ambiente de dificuldades compreensíveis porém, não aceitáveis. Sendo assim, vamos ver o que vários alunos e professores vivenciaram quando foram chamados para participar dos projetos, expectativas e seu desenvolvimento nos processos na Escola e depois dela.

O aluno na época João Vitor Pereira, hoje estudante de Graduação em Ciências Contábeis, fala sobre a Experimentação Científica voltada para a intervenção da paisagem da Escola Estadual Raimundo Silvino da Costa – EERSC na bela cidade de São José do Seridó. Vamos à descrição do áudio:

“Não sou muito bom em expressar assim, mas eu vejo que é um trabalho muito bonito assim muito, uma palavra que quero dizer muito desenvolvido porque libera uma planta aqui que muita gente principalmente na nossa cidade muita gente tinha vontade de ter e não encontrava quando encontrava eram valores altos, como a cidade não tem alta renda é uma renda básica muitos não tinham condições de ter e com o nosso projeto todo mundo assim que tinha vontade de ter conseguiu é tanto, que a procura foi muito grande Graças a Deus e eu vejo que é muito proveitoso dá muito sucesso”. Eu passando assim, como uma pessoa que ando muito tanto na zona urbana como na zona rural, vejo que graças ao nosso projeto muita gente tem exemplares já tem filhos delas que eu já vi fizeram, aprenderam já até manusear e fazer estufa para poder ela se aumentar e eles sempre buscam melhorar e aumentar eu vejo um projeto muito bom eu acho que entre todos foi um dos melhores projetos que já houve aqui no município e muita gente quer e a procura é muito grande ainda.”

Aqui abaixo com esta escola temos fatos importantes também vejam:

O Projeto A HIDROPONIA COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA INTERDISCIPLINAR E EMPREENDEDORA, na Escola Estadual Berilo Wanderley, localizada no Bairro de Neópolis da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Com relação ao resultado para os alunos temos que no decorrer do tempo, depois do experimento, com relação aos alunos  o Professor Everton  nos diz, que de uma forma ou de outra, estão nas universidades em grupos de pesquisas ou em cursos técnicos a partir da influência do experimento científico vivenciado.

Outro exemplo é o Projeto: MONITORANDO a COCHONILHA de ESCAMA (Dactilópius Coccus) na PLANTAÇÃO da PALMA (Opuntia Cohenillefera) ATRAVÉS de um BIOINSETICIDA a base de LIAMBA (Vitexagnus Castus) do Centro Estadual de Educação Profissional Professor Francisco de Assis Pedrosa da cidade de Mossoró – CEEP-PFAP.  Professora Elaine nos relata sobre o efeito da repercussão do Projeto depois da divulgação na coluna Escola e a Produção Científica veja:

“Foi a melhor possível. As pesquisadoras (que agora estão na universidade) ficaram animadas com a matéria ao ponto de quererem retomar a pesquisa. Estão vendo se dão continuidade na UFERSA”. Aqui, pelo que parece, foi o incentivo também da divulgação do trabalho. Animador não acham?

E a capacidade do Empreendedorismo na Iniciação Científica tem? Tem sim senhor com o Projeto EMPRESA JÚNIOR DE GESTÃO DE PAPEL: EXPERIÊNCIA DE INCUBADORA NO CEEP CEARÁ MIRIM/RN do Centro Estadual de Educação Pro¬fissional Ruy Antunes Pereira – CEEP da cidade de Ceará-Mirim. Empreendedorismo e sustentabilidade extremamente necessários e pauta constante. Imagina o que isto traz de positivo na a imaginação dos alunos e na vida de todos em geral?

Não paramos por aqui. Você imaginou fazer plástico de amido de batata que é biodegradável e ter técnicas de produção de vídeo somadas ao uso das mídias sociais para melhorar a sustentabilidade do mundo e o ensino da Escola? Pergunte lá aos alunos do Professor Alterly e do Professor Evaristo na Escola Municipal Camila de Lellis na cidade de Riacho da Cruz que eles respondem na ponta da língua.

Na Escola Estadual de Tempo Integral Walfredo Gurgel localizada no Conjunto Habitacional da Candelária em Natal capital do Estado do Rio Grande do Norte a Iniciação Científica também é uma realidade apesar de todos os obstáculos. Três Projetos interessantíssimos nos foram apresentados, o Projeto de Hidroponia com os discentes Isabel e Giovanni, o Projeto do Piezoelétrico de Mariana e Asaph e Projeto de Energia Solar Térmica Ordenhadeira das alunas Maria Yasmin, Maria Eduarda e Rebeca. O primeiro trata do conceito de hidroponia possibilitada com produção de energia eólica e solar, o segundo projeto trata de gerar com autonomia de energia elétrica e o terceiro Projeto trata de um protótipo para limpeza de ordenhadeira usando energia solar.

Três Projetos interessantes e o que nos deixa mais impactados é o relato dos discentes. O “olho brilha” e salta a vibração do interesse pela experimentação científica. O “futuro” para os jovens está nas palavras da nossa conversa com os grupos e a “esperança” dos Professores nos anima. Evolução, Universidade, Projetos ou seja, vida de conhecimento presente e ativa. Verdadeiramente uma emoção.

Bom, outro momento muito bonito tivemos no Centro Estadual de Educação Profissional Lurdinha Guerra em Nova Parnamirim na cidade de Parnamirim. Como é interessante os depoimentos dos alunos sobre um clube fantástico que os próprios alunos(as) organizaram vejam:

“Estou completando o primeiro ano do ensino médio, meu curso é de redes mas mesmo assim busquei me aprimorar, aí entrei no clube ‘CEEPPLG Coding Club - C3’ Com o propósito de aprender algum tipo de linguagem de programação. O melhor de tudo é que temos a aula em si e logo a prática, já aprendi a usar diversos recursos nas linguagens de programação, este clube é um bom avanço para aprendermos sobre programação do 0 ao 100!!! Recomendo muito, aprendi diversas coisas e tenho certeza que meus colegas também.” - João Victor (Aluno)

“O C3 foi a melhor forma que encontrei de evoluir na área de T.I, pois nele fomos mais introduzidos a linguagem de programação e capazes de aplicar tudo o que tinha sido ensinado até então pela escola. Além de que o clube ofereceu outra linguagem de programação que não era oferecida pela escola, contribuindo cada vez mais para o currículo do curso.” - Everton (Aluno).

“O Clube de Programação C3 tem sido um ambiente democrático para o desenvolvimento de atividades que auxiliam na formação dos alunos ao longo do ensino médio e para perspectivas futuras na área de tecnologia. Estou muito feliz e orgulhoso com o desenvolvimento das atividades e a colaboração entre os estudantes ao longo do projeto. Espero que novos projetos sejam desenvolvidos e que despertem os alunos para as diversas áreas de conhecimento.” - Joel (Prof. Orientador).

E por último vamos ter o  Centro Estadual de Educação Profissional Professor Hélio Xavier de Vasconcelos da cidade de Extremoz com o seu Projeto RESET (Reaproveitamento de Lixos Eletroeletrônicos),  Nada melhor do que uma discente para ter seu lugar de fala:  

Com o reset, podemos construir várias novas coisas com o lixo eletroeletrônico que iria ser descartado de forma inadequada e que causaria grandes malefícios ao nosso planeta, com isso, me sinto lisonjeada em participar do reset e poder dizer que faço parte desse projeto tão bonito e importante. Contudo, esse projeto não somente vai ajudar o meio ambiente, como também no ensino aos alunos do CEEP Hélio Xavier de Vasconcelos, dando a oportunidade de gerar e utilizar da criatividade para um bem maior”.

-Caroline Galvão Vieira, aluna do 1° "C" do curso de informática, no CEEP Hélio Xavier de Vasconcelos, em Extremoz/RN.

Caro leitor veja bem, foi proposital o foco no aluno como dito no início e também percebam a convergência para os temas voltados para sustentabilidade. É esta sintonia com as necessidades do planeta que preocupa a cabeça dos pensantes e por coincidência ou não também encontramos no nosso trabalho de garimpo ao nos deparar com verdadeiros tesouros encrustados no chão da Escola Pública. Como um diamante bruto ele está lá, basta ter forças para organizar a extração de tal valiosa riqueza. Agora me despeço queridos leitores, muito obrigado por estarem até aqui comigo. Obrigado Deus por me conceder o privilégio de estar com saúde e tecer essas breves e rasuradas linhas. Obrigado a todos que direta ou indiretamente me ajudam nesta caminhada e me perdoem pelas omissões. Um abraço fraterno.

 

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR.


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).