Wellington Duarte

Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels

06/11/2024 09h15
ELEIÇÕES NOS EUA 2024: A VOLTA DO CORINGA
 
Quando eu assisti ao filme “Batman, O Cavaleiro das Trevas” (2008), eu fiquei fascinado pelo personagem Coringa, interpretado pelo falecido ator Heath Ledger (1979-2008). Não pelo personagem em sí, já que desde que foi criado, em 1940, exibiu, durante décadas, facetas em que ele representava o “palhaço do crime”. Nessa película, o personagem foi mostrado como um ultra anarquista e em uma das passagens, dialogando com o “cruzado de capa”, uma pessoa nitidamente problemática, afirmou que não queria “vencer”, mas estabelecer o caos absoluto.
 
As esquizofrênicas e anacrônicas eleições no Grande Império, que historicamente está em absoluta decadência, trouxeram de volta o Coringa de lá. A embalagem democrata, Kamala Harris, e os democratas, foram literalmente surrados nas urnas.
 
O mundo parou para saber o resultado, previsível, dessas eleições, já que o Império, capenga, decidiu recolocar Donald Trump na presidência. E foi uma eleição em que a compra de votos foi feita às claras, já que o sul-africano Elon Musk, comprava votos na cara dura. O resultado, entretanto, precisa ser avaliado com cuidado.
 
A catastrófica política externa de Joe Biden, somadas as crescentes dificuldades econômicas, fruto de uma política errática, que mostrou um comportamento considerado “frágil”, pelo menos para o eleitorado, diante do poderio econômico chinês e de ter mergulhado o país no pântano ucraniano, que despendeu bilhões de dólares para o governo nazista de Kiev, o tornou antipático aos trabalhadores de lá.
 
O resultado total mostra que os republicanos conseguiram a maioria na Câmara de Deputados, no Senado e elegeu a maioria dos governadores; venceu no voto popular e para o horror dos democratas, Kamala, a candidata de proveta, foi simplesmente surrada nas urnas. Foi uma derrota contundente e uma vitória acachapante de um presidente que, quatro anos atrás, tentou um golpe contra o próprio sistema que o elegeu agora.
 
Quando todo o cenário estiver claro, deveremos prestar atenção nos desdobramentos dessa vitória e não adianta ficar surtado com o resultado, posto que a grande diferença, hoje, entre democratas e republicanos, é que os primeiros travestem seu conservadorismo com algumas parcas ações liberais, no âmbito interno, mas os dois grupos são forjados no discurso do “imperius rex”.
 
Obviamente que quando o novo governo tomar posse, Trump, cujo pensamento é muito conhecido, retomará as tentativas norte-americanas de derrotar o poder ascendente da China; buscará desestabilizar o BRICS; e apoiará o genocídio sionista. As relações com a União Europeia e com a Ucrânia, ainda são uma incógnita, mas a condução econômica interna provavelmente será mais protecionista e isso implicará efeitos no câmbio e nos juros dos países emergentes.
 
E la nave va....
 

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