Fábio de Oliveira

04/01/2023 14h48
 

Ano novo, de novo?

 

O calendário cristão que a maioria segue sem questionar, indica o encerramento de um ano para o início de outro. Nessa transição, mudanças na vida pessoal são almejadas e traçadas como metas para os dias seguintes. Sendo a maioria destas, caídas em esquecimentos como se esse fosse o único ponto de largada para pensar em melhorias. Para além de aspirações pessoais, há muito o que se desejar e concretizar coletivamente diante de uma faísca de esperança no cenário político, econômico e social nas terras da Pindoretama.

Na virada de ano, as sete ondinhas são puladas com indumentárias brancas adquiridas exclusivamente para esta ocasião em pedidos a Mãe Iemanjá. O lixo lançado à beira-mar desfigura e evidencia a falta de importância ao próximo somadas a intolerância religiosa praticadas nos 365 dias do ano se tornam rasas superstições brancas. Apenas lembro que Ela não gosta de gente racista.

Entra ano e sai ano, há ataques para todos os lados que olhamos, assumindo os mais variados formatos e não vemos perder a força. O racismo entranhado e disfarçado de miscigenação, assim como outros tipos de opressão estimulados pela ignorância e a falta de estudos também disfarçados de boas intenções. Sem falar no meio ambiente degradado por interesses econômicos e todas as formas de vidas existentes dizimadas nestes processos.  Mas que a maioria acredita arrogantemente ser palavras de opiniões pessoais soltas sem fundamentos.

Os problemas não serão solucionados a curto prazo nos dias seguintes com um estalar de dedos e nem tão pouco com os estouros pirotécnicos desse imaginário ponto de largada. É preciso avançarmos muito mais que isso para as situações cotidianas tomarem rumos minimamente satisfatórios para uma construção coletiva. E lamento informar que estamos longe dessa realidade enquanto a empatia for seletiva.

 

*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR.

 


*ESTE CONTEÚDO É INDEPENDENTE E A RESPONSABILIDADE É DO SEU AUTOR (A).